25 de junho de 2008

Download de Livros

Através dos sites abaixo pode-se fazer o download de diversos livros, literatura brasileira ou estrangeira, em português. A maioria das obras encontra-se no formato PDF e pode ser aberta em qualquer computador.

17 de junho de 2008

Entrevista - Joaquim Maria Machado de Assis

Retiramos do site da Revista Época desta semana, uma entrevista com Machado de Assis .

Vale a pena ler.




Numa crônica de 1958, o escritor capixaba Rubem Braga (1913-1990) inventou uma entrevista fictícia com Machado de Assis. Nas respostas, Braga colocava frases extraídas de romances e crônicas de autoria de Machado. O texto foi escrito como um roteiro de um talk show de televisão. As respostas do ficcionista soavam atuais. Após 50 anos, no centenário da morte do grande escritor, ÉPOCA adota o mesmo método de Rubem Braga. Prestamos assim uma homenagem dupla: ao próprio Machado e a Rubem Braga, um de seus maiores fãs e seguidores. Para criar um papo atual com o mestre, usamos três de seus principais romances, relançados pela Editora Globo, que também edita ÉPOCA, em volumes independentes e formato de coleção. São eles: Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1891) e Dom Casmurro (1899). Naturalmente, as respostas de Machado continuam atuais. Temos o orgulho de apresentar nossa entrevista com Joaquim Maria Machado de Assis. Um furo de proporções... sobrenaturais.

ENTREVISTA - JOAQUIM MARIA MACHADO DE ASSIS
QUEM É
Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro em 1839, em uma família pobre. Casou-se com a portuguesa Carolina e não teve filhos. Morreu em 29 de setembro de 1908

O QUE FEZ
Trabalhou como tipógrafo e iniciou a carreira na imprensa, como cronista. Seu estilo fez dele o melhor e mais admirado escritor do Brasil

O QUE PUBLICOU
No início, poemas e histórias românticas. Memórias Póstumas de Brás Cubas marca a transição para o estilo irônico que o consagrou. Dom Casmurro e Quincas Borba estão entre suas obras mais famosas
GÊNIO
O escritor Machado de Assis, retratado pelo fotógrafo Marc Ferrez em 1890. Sua obra de ficção é um clássico da ironia

ÉPOCA – Seria impossível começar uma entrevista como esta sem perguntar por onde o senhor tem andado.
Machado de Assis – Em verdade, pouco apareço e menos falo. Distrações raras. O mais do tempo é gasto em hortar, jardinar e ler; como bem e não durmo mal.

ÉPOCA – Isso significa que o senhor continua visitando o mundo dos vivos?
Machado de Assis – Não, eu não sou como outros, certos parasitas, vindos de fora para desunião das famílias, aduladores baixos, não; eu sou de outra espécie; não vivo papando os jantares nem morando em casa alheia...

ÉPOCA – Correto. Qual é, então, a vantagem de deixar o mundo dos vivos?
Machado de Assis – A grande vantagem da morte é que, se não deixa boca para rir, também não deixa olhos para chorar...

ÉPOCA – Virgília e Capitu. Duas grandes mulheres de nossa literatura saíram de sua pena. Para dar um verniz freudiano a esta conversa, queremos saber: como era a relação do senhor com sua mãe?
Machado de Assis – Chamava-me “um prodígio”; dizia a minha mãe ter conhecido outrora meninos muito inteligentes, mas que eu excedia a todos esses, sem contar que, para a minha idade, possuía já certo número de qualidades morais sólidas.

"A grande vantagem da morte é que se não deixa boca para rir, também não deixa olhos para chorar"
ÉPOCA – Apoio incondicional. Essa não é uma boa forma de criar um filho. O senhor se arrepende de alguma coisa que fez?
Machado de Assis – Tinha 17 anos; pungia-me um buçozinho que eu forcejava por trazer a bigode.

ÉPOCA – Só isso? O senhor não se arrepende de mais nada?
Machado de Assis – Fica sabendo que a pior filosofia é a do choramingas que se deita à margem do rio para o fim de lastimar o curso incessante das águas. O ofício delas é não parar nunca; acomoda-te com a lei, e trata de aproveitá-la.

ÉPOCA – Fala-se muito de Capitu, uma das maiores figuras femininas da literatura. O que o senhor tem a dizer sobre ela?
Machado de Assis – Não podia tirar os olhos daquela criatura de 14 anos, alta, forte e cheia, apertada em um vestido de chita, meio desbotado. Os cabelos grossos, feitos em duas tranças, com as pontas atadas uma à outra, à moda do tempo, desciam-lhe pelas costas. Morena, olhos claros e grandes, nariz reto e comprido, tinha a boca fina e o queixo largo. As mãos, a despeito de alguns ofícios rudes, eram curadas com amor; não cheiravam a sabões finos nem águas de toucador, mas com água do poço e sabão comum trazia-as sem mácula.

ÉPOCA – E sobre o amor?
Machado de Assis – Bons joalheiros, que seria do amor se não fossem os vossos dixes e fiados? Um terço ou um quinto do universal comércio dos corações.

ÉPOCA – A propósito, qual o método para conquistar uma mulher?
Machado de Assis – Há dois meios de granjear a vontade das mulheres: o violento, como o touro de Europa, e o insinuativo, como o cisne de Leda e a chuva de ouro de Dânae, três inventos do padre Zeus, que, por estarem fora da moda, aí ficam trocados no cavalo e no asno.

ÉPOCA – O senhor se acha um galhofeiro, como seus críticos gostam de chamá-lo?
Machado de Assis – Engana-se, senhor; trago esta máscara risonha, mas eu sou triste. Sou um arquiteto de ruínas.

ÉPOCA – É difícil acreditar. Boa parte de seus escritos são sarcásticos.
Machado de Assis – Tudo chorando seria monótono, tudo rindo cansativo; mas uma boa distribuição de lágrimas e polcas, soluços e sarabandas, acaba por trazer à alma do mundo a variedade necessária, e faz-se o equilíbrio da vida.

ÉPOCA – De onde veio a inspiração para seus romances?
Machado de Assis – Para lhes dizer a verdade toda, eu refletia as opiniões de um cabeleireiro, que achei em Módena, o qual se distinguia por não as ter absolutamente. Era a flor dos cabeleireiros; por mais demorada que fosse a operação do toucado, não enfadava nunca; ele intercalava as penteadelas com muitos motes e pulhas, cheios de um pico, de um sabor... E não tinha outra filosofia. Nem eu.

ÉPOCA – O senhor era metódico quando escrevia?
Machado de Assis – Isto de método, sendo, como é, uma coisa indispensável, todavia é melhor tê-lo sem gravata nem suspensório, mas um pouco à fresca e à solta.

ÉPOCA – O senhor se sente solitário?
Machado de Assis – Os amigos que me restam são de data recente; todos os antigos foram estudar a geologia dos campos-santos.

ÉPOCA – E a ingratidão?
Machado de Assis – Não te irrites se te pagarem mal um benefício; antes cair das nuvens que de um terceiro andar.

ÉPOCA – Sente remorsos de não ter deixado herdeiros?
Machado de Assis – Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria.

ÉPOCA – Qual sua opinião sobre o relativismo moral de nossos dias?
Machado de Assis – O modo de compensar uma janela fechada é abrir outra, a fim de que a moral possa arejar continuamente a consciência.

ÉPOCA – É verdade que o senhor tem joanetes, mas não usa chinelos porque é masoquista?
Machado de Assis – As botas apertadas são uma das maiores venturas da terra, porque, fazendo doer os pés, dão azo ao prazer de as descalçar. Mortifica os pés, desgraçado, desmortifica-os depois, e aí tens a felicidade barata, ao sabor dos sapateiros e de Epicuro.

ÉPOCA – Vamos às atualidades. O que o senhor acha das CPIs?
Machado de Assis – Eu, se fosse legislador, propunha que se queimassem todos os homens convencidos de indiscrição nestas matérias; e haviam de ir para a fogueira, como os réus da Inquisição, com a diferença que, em vez de sambenito, levariam uma capa de penas de papagaio....

“Trago esta máscara risonha, mas sou triste.
Sou um arquiteto de ruínas”
ÉPOCA – E qual a solução para o conflito Israel–Palestina?
Machado de Assis – O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.

ÉPOCA – Mas, e como ficam as vítimas dessa guerra?
Machado de Assis – Não há exterminado. Desaparece o fenômeno; a substância é a mesma. Nunca viste ferver água? Hás de lembrar-te que as bolhas fazem-se e desfazem-se de contínuo, e tudo fica na mesma água. Os indivíduos são essas bolhas transitórias.

ÉPOCA – Falando em água fervente, o senhor se preocupa com o aquecimento global?
Machado de Assis – O sol nem sempre é oficial de boas idéias; mas ao menos permite sair, e a troca do espetáculo muda as sensações.

ÉPOCA – O senhor soube do escândalo envolvendo Ronaldo Fenômeno e os travestis?
Machado de Assis – Pieguices de lascivo.

ÉPOCA – E o que acha das modelos brasileiras da grife Victoria’s Secret?
Machado de Assis – De noite, sonhei com elas. Eram belas, umas finas, outras grossas, todas ágeis como o diabo. As meias e as ligas branqueavam e enroscavam-se diante de mim, e andavam, caíam, erguiam-se e iam-se embora.

ÉPOCA – Seu humor parece ótimo. Como consegue manter o pique?
Machado de Assis – A alma da gente, como sabes, é uma casa com janelas para todos os lados, muita luz e ar puro...

ÉPOCA – Cem anos após sua morte, o senhor se considera um filósofo?
Machado de Assis – Não; mas filosofia é uma coisa, e morrer de verdade é outra; adeus. Porque a imortalidade é meu lote ou meu dote, ou como melhor nome haja. Viverei perpetuamente no meu grande livro.

fonte:

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,ERT5893-15220-5893-3934,00.html

13 de junho de 2008

Video Debate!

O cineclube Cine como le gusta - , estará realizando a exibição do filme Tapete Vermelho no dia 21 de junho na sala florense do bloco M a partir das 15h, essa é a primeira exibição que o cineclube realiza . A entrada é franca e logo após haverá debate, com o tema : "Cadê nossas salas de cinemas?"

Sinopse

Elenco: Matheus Nachtergaele, Vinícuis Miranda, Gorete Milagres entre outros.
Quinzinho mora em uma roça bem distante de qualquer cidade grande. Desejando cumprir a promessa de levar seu filho Neco para assistir a um filme estrelado por Mazzaropi em uma sala de cinema, parte para a maior aventura de suas vidas.

Aproveito também para divulgar a festa do cineclube, que será dia 28/06 - sábado no galpão da UCS, com Cucas Tortas e Macacos Mimordão.

Bom final de semana a tod@s.

5 de junho de 2008

Oportunidade de publicação

Revista Palávora: Editora UniRitter lança Edital

Está disponível no site do UniRitter o Edital de chamada para
publicações na Revista Palávora. Os trabalhos deverão ser enviados
para o e-mail palavora@uniritter.edu.br
ou entregues diretamente à Editora em mídia digital (CD ou disquete)
devidamente identificada até o dia 12 de junho. A Revista eletrônica
semestral Palávora é destinada à publicação de trabalhos dos
estudantes de graduação, de pós-graduação e egressos até três anos
após conclusão do curso.

Leia mais
<
http://www.uniritter.edu.br/w2/wnews/index.php?news_id=2511>


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3 de junho de 2008

Livro de Visitas

Deixe seu recado,= ele estará visível para todos que acessarem o site.

Sites interessantes

Pessoal, abaixo postei links de blogs e sites bem interessantes sobre diversos assuntos, vale a pena dar uma olhadinha.

http://www.midiasemmascara.com.br/ - O próprio site já nos diz: ''MÍDIA SEM MÁSCARA é um website destinado a publicar as idéias e notícias que são sistematicamente escondidas, desprezadas ou distorcidas.

http://www.midiaindependente.org/ - outras visões sobre notícias

http://lagacetafea.blogspot.com/ - Um blog em que as fotos retratam a notícia, mas em que o enfoque se centra nos contextos mais chocantes entre tragédias e desastres.

http://www.escrevo.org/
- A Internet é o espaço ideal para partilharmos o nosso gosto da escrita. Este site permite a todos os escritores e poetas esquecidos, publicarem os seus textos em português numa verdadeira comunidade de partilha.

http://www.forvo.com/
- Um serviço muito interessante que se propõe a ajudar na pronunciação das palavras em várias línguas. Pena é que para português esteja ainda muito fraquinho...

http://www.portaldetonando.com.br/forumnovo/portal.php
- livros para download