Através dos sites abaixo pode-se fazer o download de diversos livros, literatura brasileira ou estrangeira, em português. A maioria das obras encontra-se no formato PDF e pode ser aberta em qualquer computador.
skip to main |
skip to sidebar
25 de junho de 2008
17 de junho de 2008
Entrevista - Joaquim Maria Machado de Assis
Retiramos do site da Revista Época desta semana, uma entrevista com Machado de Assis .
Vale a pena ler.
Numa crônica de 1958, o escritor capixaba Rubem Braga (1913-1990) inventou uma entrevista fictícia com Machado de Assis. Nas respostas, Braga colocava frases extraídas de romances e crônicas de autoria de Machado. O texto foi escrito como um roteiro de um talk show de televisão. As respostas do ficcionista soavam atuais. Após 50 anos, no centenário da morte do grande escritor, ÉPOCA adota o mesmo método de Rubem Braga. Prestamos assim uma homenagem dupla: ao próprio Machado e a Rubem Braga, um de seus maiores fãs e seguidores. Para criar um papo atual com o mestre, usamos três de seus principais romances, relançados pela Editora Globo, que também edita ÉPOCA, em volumes independentes e formato de coleção. São eles: Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1891) e Dom Casmurro (1899). Naturalmente, as respostas de Machado continuam atuais. Temos o orgulho de apresentar nossa entrevista com Joaquim Maria Machado de Assis. Um furo de proporções... sobrenaturais.
ENTREVISTA - JOAQUIM MARIA MACHADO DE ASSIS
QUEM É
Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro em 1839, em uma família pobre. Casou-se com a portuguesa Carolina e não teve filhos. Morreu em 29 de setembro de 1908
O QUE FEZ
Trabalhou como tipógrafo e iniciou a carreira na imprensa, como cronista. Seu estilo fez dele o melhor e mais admirado escritor do Brasil
O QUE PUBLICOU
No início, poemas e histórias românticas. Memórias Póstumas de Brás Cubas marca a transição para o estilo irônico que o consagrou. Dom Casmurro e Quincas Borba estão entre suas obras mais famosas
GÊNIO
O escritor Machado de Assis, retratado pelo fotógrafo Marc Ferrez em 1890. Sua obra de ficção é um clássico da ironia
ÉPOCA – Seria impossível começar uma entrevista como esta sem perguntar por onde o senhor tem andado.
Machado de Assis – Em verdade, pouco apareço e menos falo. Distrações raras. O mais do tempo é gasto em hortar, jardinar e ler; como bem e não durmo mal.
ÉPOCA – Isso significa que o senhor continua visitando o mundo dos vivos?
Machado de Assis – Não, eu não sou como outros, certos parasitas, vindos de fora para desunião das famílias, aduladores baixos, não; eu sou de outra espécie; não vivo papando os jantares nem morando em casa alheia...
ÉPOCA – Correto. Qual é, então, a vantagem de deixar o mundo dos vivos?
Machado de Assis – A grande vantagem da morte é que, se não deixa boca para rir, também não deixa olhos para chorar...
ÉPOCA – Virgília e Capitu. Duas grandes mulheres de nossa literatura saíram de sua pena. Para dar um verniz freudiano a esta conversa, queremos saber: como era a relação do senhor com sua mãe?
Machado de Assis – Chamava-me “um prodígio”; dizia a minha mãe ter conhecido outrora meninos muito inteligentes, mas que eu excedia a todos esses, sem contar que, para a minha idade, possuía já certo número de qualidades morais sólidas.
"A grande vantagem da morte é que se não deixa boca para rir, também não deixa olhos para chorar"
ÉPOCA – Apoio incondicional. Essa não é uma boa forma de criar um filho. O senhor se arrepende de alguma coisa que fez?
Machado de Assis – Tinha 17 anos; pungia-me um buçozinho que eu forcejava por trazer a bigode.
ÉPOCA – Só isso? O senhor não se arrepende de mais nada?
Machado de Assis – Fica sabendo que a pior filosofia é a do choramingas que se deita à margem do rio para o fim de lastimar o curso incessante das águas. O ofício delas é não parar nunca; acomoda-te com a lei, e trata de aproveitá-la.
ÉPOCA – Fala-se muito de Capitu, uma das maiores figuras femininas da literatura. O que o senhor tem a dizer sobre ela?
Machado de Assis – Não podia tirar os olhos daquela criatura de 14 anos, alta, forte e cheia, apertada em um vestido de chita, meio desbotado. Os cabelos grossos, feitos em duas tranças, com as pontas atadas uma à outra, à moda do tempo, desciam-lhe pelas costas. Morena, olhos claros e grandes, nariz reto e comprido, tinha a boca fina e o queixo largo. As mãos, a despeito de alguns ofícios rudes, eram curadas com amor; não cheiravam a sabões finos nem águas de toucador, mas com água do poço e sabão comum trazia-as sem mácula.
ÉPOCA – E sobre o amor?
Machado de Assis – Bons joalheiros, que seria do amor se não fossem os vossos dixes e fiados? Um terço ou um quinto do universal comércio dos corações.
ÉPOCA – A propósito, qual o método para conquistar uma mulher?
Machado de Assis – Há dois meios de granjear a vontade das mulheres: o violento, como o touro de Europa, e o insinuativo, como o cisne de Leda e a chuva de ouro de Dânae, três inventos do padre Zeus, que, por estarem fora da moda, aí ficam trocados no cavalo e no asno.
ÉPOCA – O senhor se acha um galhofeiro, como seus críticos gostam de chamá-lo?
Machado de Assis – Engana-se, senhor; trago esta máscara risonha, mas eu sou triste. Sou um arquiteto de ruínas.
ÉPOCA – É difícil acreditar. Boa parte de seus escritos são sarcásticos.
Machado de Assis – Tudo chorando seria monótono, tudo rindo cansativo; mas uma boa distribuição de lágrimas e polcas, soluços e sarabandas, acaba por trazer à alma do mundo a variedade necessária, e faz-se o equilíbrio da vida.
ÉPOCA – De onde veio a inspiração para seus romances?
Machado de Assis – Para lhes dizer a verdade toda, eu refletia as opiniões de um cabeleireiro, que achei em Módena, o qual se distinguia por não as ter absolutamente. Era a flor dos cabeleireiros; por mais demorada que fosse a operação do toucado, não enfadava nunca; ele intercalava as penteadelas com muitos motes e pulhas, cheios de um pico, de um sabor... E não tinha outra filosofia. Nem eu.
ÉPOCA – O senhor era metódico quando escrevia?
Machado de Assis – Isto de método, sendo, como é, uma coisa indispensável, todavia é melhor tê-lo sem gravata nem suspensório, mas um pouco à fresca e à solta.
ÉPOCA – O senhor se sente solitário?
Machado de Assis – Os amigos que me restam são de data recente; todos os antigos foram estudar a geologia dos campos-santos.
ÉPOCA – E a ingratidão?
Machado de Assis – Não te irrites se te pagarem mal um benefício; antes cair das nuvens que de um terceiro andar.
ÉPOCA – Sente remorsos de não ter deixado herdeiros?
Machado de Assis – Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria.
ÉPOCA – Qual sua opinião sobre o relativismo moral de nossos dias?
Machado de Assis – O modo de compensar uma janela fechada é abrir outra, a fim de que a moral possa arejar continuamente a consciência.
ÉPOCA – É verdade que o senhor tem joanetes, mas não usa chinelos porque é masoquista?
Machado de Assis – As botas apertadas são uma das maiores venturas da terra, porque, fazendo doer os pés, dão azo ao prazer de as descalçar. Mortifica os pés, desgraçado, desmortifica-os depois, e aí tens a felicidade barata, ao sabor dos sapateiros e de Epicuro.
ÉPOCA – Vamos às atualidades. O que o senhor acha das CPIs?
Machado de Assis – Eu, se fosse legislador, propunha que se queimassem todos os homens convencidos de indiscrição nestas matérias; e haviam de ir para a fogueira, como os réus da Inquisição, com a diferença que, em vez de sambenito, levariam uma capa de penas de papagaio....
“Trago esta máscara risonha, mas sou triste.
Sou um arquiteto de ruínas”
ÉPOCA – E qual a solução para o conflito Israel–Palestina?
Machado de Assis – O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.
ÉPOCA – Mas, e como ficam as vítimas dessa guerra?
Machado de Assis – Não há exterminado. Desaparece o fenômeno; a substância é a mesma. Nunca viste ferver água? Hás de lembrar-te que as bolhas fazem-se e desfazem-se de contínuo, e tudo fica na mesma água. Os indivíduos são essas bolhas transitórias.
ÉPOCA – Falando em água fervente, o senhor se preocupa com o aquecimento global?
Machado de Assis – O sol nem sempre é oficial de boas idéias; mas ao menos permite sair, e a troca do espetáculo muda as sensações.
ÉPOCA – O senhor soube do escândalo envolvendo Ronaldo Fenômeno e os travestis?
Machado de Assis – Pieguices de lascivo.
ÉPOCA – E o que acha das modelos brasileiras da grife Victoria’s Secret?
Machado de Assis – De noite, sonhei com elas. Eram belas, umas finas, outras grossas, todas ágeis como o diabo. As meias e as ligas branqueavam e enroscavam-se diante de mim, e andavam, caíam, erguiam-se e iam-se embora.
ÉPOCA – Seu humor parece ótimo. Como consegue manter o pique?
Machado de Assis – A alma da gente, como sabes, é uma casa com janelas para todos os lados, muita luz e ar puro...
ÉPOCA – Cem anos após sua morte, o senhor se considera um filósofo?
Machado de Assis – Não; mas filosofia é uma coisa, e morrer de verdade é outra; adeus. Porque a imortalidade é meu lote ou meu dote, ou como melhor nome haja. Viverei perpetuamente no meu grande livro.
fonte:
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,ERT5893-15220-5893-3934,00.html
Vale a pena ler.
Numa crônica de 1958, o escritor capixaba Rubem Braga (1913-1990) inventou uma entrevista fictícia com Machado de Assis. Nas respostas, Braga colocava frases extraídas de romances e crônicas de autoria de Machado. O texto foi escrito como um roteiro de um talk show de televisão. As respostas do ficcionista soavam atuais. Após 50 anos, no centenário da morte do grande escritor, ÉPOCA adota o mesmo método de Rubem Braga. Prestamos assim uma homenagem dupla: ao próprio Machado e a Rubem Braga, um de seus maiores fãs e seguidores. Para criar um papo atual com o mestre, usamos três de seus principais romances, relançados pela Editora Globo, que também edita ÉPOCA, em volumes independentes e formato de coleção. São eles: Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1891) e Dom Casmurro (1899). Naturalmente, as respostas de Machado continuam atuais. Temos o orgulho de apresentar nossa entrevista com Joaquim Maria Machado de Assis. Um furo de proporções... sobrenaturais.
ENTREVISTA - JOAQUIM MARIA MACHADO DE ASSIS
QUEM É
Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro em 1839, em uma família pobre. Casou-se com a portuguesa Carolina e não teve filhos. Morreu em 29 de setembro de 1908
O QUE FEZ
Trabalhou como tipógrafo e iniciou a carreira na imprensa, como cronista. Seu estilo fez dele o melhor e mais admirado escritor do Brasil
O QUE PUBLICOU
No início, poemas e histórias românticas. Memórias Póstumas de Brás Cubas marca a transição para o estilo irônico que o consagrou. Dom Casmurro e Quincas Borba estão entre suas obras mais famosas
GÊNIO
O escritor Machado de Assis, retratado pelo fotógrafo Marc Ferrez em 1890. Sua obra de ficção é um clássico da ironia
ÉPOCA – Seria impossível começar uma entrevista como esta sem perguntar por onde o senhor tem andado.
Machado de Assis – Em verdade, pouco apareço e menos falo. Distrações raras. O mais do tempo é gasto em hortar, jardinar e ler; como bem e não durmo mal.
ÉPOCA – Isso significa que o senhor continua visitando o mundo dos vivos?
Machado de Assis – Não, eu não sou como outros, certos parasitas, vindos de fora para desunião das famílias, aduladores baixos, não; eu sou de outra espécie; não vivo papando os jantares nem morando em casa alheia...
ÉPOCA – Correto. Qual é, então, a vantagem de deixar o mundo dos vivos?
Machado de Assis – A grande vantagem da morte é que, se não deixa boca para rir, também não deixa olhos para chorar...
ÉPOCA – Virgília e Capitu. Duas grandes mulheres de nossa literatura saíram de sua pena. Para dar um verniz freudiano a esta conversa, queremos saber: como era a relação do senhor com sua mãe?
Machado de Assis – Chamava-me “um prodígio”; dizia a minha mãe ter conhecido outrora meninos muito inteligentes, mas que eu excedia a todos esses, sem contar que, para a minha idade, possuía já certo número de qualidades morais sólidas.
"A grande vantagem da morte é que se não deixa boca para rir, também não deixa olhos para chorar"
ÉPOCA – Apoio incondicional. Essa não é uma boa forma de criar um filho. O senhor se arrepende de alguma coisa que fez?
Machado de Assis – Tinha 17 anos; pungia-me um buçozinho que eu forcejava por trazer a bigode.
ÉPOCA – Só isso? O senhor não se arrepende de mais nada?
Machado de Assis – Fica sabendo que a pior filosofia é a do choramingas que se deita à margem do rio para o fim de lastimar o curso incessante das águas. O ofício delas é não parar nunca; acomoda-te com a lei, e trata de aproveitá-la.
ÉPOCA – Fala-se muito de Capitu, uma das maiores figuras femininas da literatura. O que o senhor tem a dizer sobre ela?
Machado de Assis – Não podia tirar os olhos daquela criatura de 14 anos, alta, forte e cheia, apertada em um vestido de chita, meio desbotado. Os cabelos grossos, feitos em duas tranças, com as pontas atadas uma à outra, à moda do tempo, desciam-lhe pelas costas. Morena, olhos claros e grandes, nariz reto e comprido, tinha a boca fina e o queixo largo. As mãos, a despeito de alguns ofícios rudes, eram curadas com amor; não cheiravam a sabões finos nem águas de toucador, mas com água do poço e sabão comum trazia-as sem mácula.
ÉPOCA – E sobre o amor?
Machado de Assis – Bons joalheiros, que seria do amor se não fossem os vossos dixes e fiados? Um terço ou um quinto do universal comércio dos corações.
ÉPOCA – A propósito, qual o método para conquistar uma mulher?
Machado de Assis – Há dois meios de granjear a vontade das mulheres: o violento, como o touro de Europa, e o insinuativo, como o cisne de Leda e a chuva de ouro de Dânae, três inventos do padre Zeus, que, por estarem fora da moda, aí ficam trocados no cavalo e no asno.
ÉPOCA – O senhor se acha um galhofeiro, como seus críticos gostam de chamá-lo?
Machado de Assis – Engana-se, senhor; trago esta máscara risonha, mas eu sou triste. Sou um arquiteto de ruínas.
ÉPOCA – É difícil acreditar. Boa parte de seus escritos são sarcásticos.
Machado de Assis – Tudo chorando seria monótono, tudo rindo cansativo; mas uma boa distribuição de lágrimas e polcas, soluços e sarabandas, acaba por trazer à alma do mundo a variedade necessária, e faz-se o equilíbrio da vida.
ÉPOCA – De onde veio a inspiração para seus romances?
Machado de Assis – Para lhes dizer a verdade toda, eu refletia as opiniões de um cabeleireiro, que achei em Módena, o qual se distinguia por não as ter absolutamente. Era a flor dos cabeleireiros; por mais demorada que fosse a operação do toucado, não enfadava nunca; ele intercalava as penteadelas com muitos motes e pulhas, cheios de um pico, de um sabor... E não tinha outra filosofia. Nem eu.
ÉPOCA – O senhor era metódico quando escrevia?
Machado de Assis – Isto de método, sendo, como é, uma coisa indispensável, todavia é melhor tê-lo sem gravata nem suspensório, mas um pouco à fresca e à solta.
ÉPOCA – O senhor se sente solitário?
Machado de Assis – Os amigos que me restam são de data recente; todos os antigos foram estudar a geologia dos campos-santos.
ÉPOCA – E a ingratidão?
Machado de Assis – Não te irrites se te pagarem mal um benefício; antes cair das nuvens que de um terceiro andar.
ÉPOCA – Sente remorsos de não ter deixado herdeiros?
Machado de Assis – Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria.
ÉPOCA – Qual sua opinião sobre o relativismo moral de nossos dias?
Machado de Assis – O modo de compensar uma janela fechada é abrir outra, a fim de que a moral possa arejar continuamente a consciência.
ÉPOCA – É verdade que o senhor tem joanetes, mas não usa chinelos porque é masoquista?
Machado de Assis – As botas apertadas são uma das maiores venturas da terra, porque, fazendo doer os pés, dão azo ao prazer de as descalçar. Mortifica os pés, desgraçado, desmortifica-os depois, e aí tens a felicidade barata, ao sabor dos sapateiros e de Epicuro.
ÉPOCA – Vamos às atualidades. O que o senhor acha das CPIs?
Machado de Assis – Eu, se fosse legislador, propunha que se queimassem todos os homens convencidos de indiscrição nestas matérias; e haviam de ir para a fogueira, como os réus da Inquisição, com a diferença que, em vez de sambenito, levariam uma capa de penas de papagaio....
“Trago esta máscara risonha, mas sou triste.
Sou um arquiteto de ruínas”
ÉPOCA – E qual a solução para o conflito Israel–Palestina?
Machado de Assis – O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.
ÉPOCA – Mas, e como ficam as vítimas dessa guerra?
Machado de Assis – Não há exterminado. Desaparece o fenômeno; a substância é a mesma. Nunca viste ferver água? Hás de lembrar-te que as bolhas fazem-se e desfazem-se de contínuo, e tudo fica na mesma água. Os indivíduos são essas bolhas transitórias.
ÉPOCA – Falando em água fervente, o senhor se preocupa com o aquecimento global?
Machado de Assis – O sol nem sempre é oficial de boas idéias; mas ao menos permite sair, e a troca do espetáculo muda as sensações.
ÉPOCA – O senhor soube do escândalo envolvendo Ronaldo Fenômeno e os travestis?
Machado de Assis – Pieguices de lascivo.
ÉPOCA – E o que acha das modelos brasileiras da grife Victoria’s Secret?
Machado de Assis – De noite, sonhei com elas. Eram belas, umas finas, outras grossas, todas ágeis como o diabo. As meias e as ligas branqueavam e enroscavam-se diante de mim, e andavam, caíam, erguiam-se e iam-se embora.
ÉPOCA – Seu humor parece ótimo. Como consegue manter o pique?
Machado de Assis – A alma da gente, como sabes, é uma casa com janelas para todos os lados, muita luz e ar puro...
ÉPOCA – Cem anos após sua morte, o senhor se considera um filósofo?
Machado de Assis – Não; mas filosofia é uma coisa, e morrer de verdade é outra; adeus. Porque a imortalidade é meu lote ou meu dote, ou como melhor nome haja. Viverei perpetuamente no meu grande livro.
fonte:
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,ERT5893-15220-5893-3934,00.html
13 de junho de 2008
Video Debate!
O cineclube Cine como le gusta - , estará realizando a exibição do filme Tapete Vermelho no dia 21 de junho na sala florense do bloco M a partir das 15h, essa é a primeira exibição que o cineclube realiza . A entrada é franca e logo após haverá debate, com o tema : "Cadê nossas salas de cinemas?"
Sinopse
Elenco: Matheus Nachtergaele, Vinícuis Miranda, Gorete Milagres entre outros.
Quinzinho mora em uma roça bem distante de qualquer cidade grande. Desejando cumprir a promessa de levar seu filho Neco para assistir a um filme estrelado por Mazzaropi em uma sala de cinema, parte para a maior aventura de suas vidas.
Aproveito também para divulgar a festa do cineclube, que será dia 28/06 - sábado no galpão da UCS, com Cucas Tortas e Macacos Mimordão.
Bom final de semana a tod@s.
Sinopse
Elenco: Matheus Nachtergaele, Vinícuis Miranda, Gorete Milagres entre outros.
Quinzinho mora em uma roça bem distante de qualquer cidade grande. Desejando cumprir a promessa de levar seu filho Neco para assistir a um filme estrelado por Mazzaropi em uma sala de cinema, parte para a maior aventura de suas vidas.
Aproveito também para divulgar a festa do cineclube, que será dia 28/06 - sábado no galpão da UCS, com Cucas Tortas e Macacos Mimordão.
Bom final de semana a tod@s.
5 de junho de 2008
Oportunidade de publicação
Revista Palávora: Editora UniRitter lança Edital
Está disponível no site do UniRitter o Edital de chamada para
publicações na Revista Palávora. Os trabalhos deverão ser enviados
para o e-mail palavora@uniritter.edu.br
ou entregues diretamente à Editora em mídia digital (CD ou disquete)
devidamente identificada até o dia 12 de junho. A Revista eletrônica
semestral Palávora é destinada à publicação de trabalhos dos
estudantes de graduação, de pós-graduação e egressos até três anos
após conclusão do curso.
Leia mais
<http://www.uniritter.edu.br/w2/wnews/index.php?news_id=2511 >
**-*-*-*-*-*-*-
Está disponível no site do UniRitter o Edital de chamada para
publicações na Revista Palávora. Os trabalhos deverão ser enviados
para o e-mail palavora@uniritter.edu.br
ou entregues diretamente à Editora em mídia digital (CD ou disquete)
devidamente identificada até o dia 12 de junho. A Revista eletrônica
semestral Palávora é destinada à publicação de trabalhos dos
estudantes de graduação, de pós-graduação e egressos até três anos
após conclusão do curso.
Leia mais
<http://www.uniritter.edu.br/w2
**-*-*-*-*-*-*-
3 de junho de 2008
Sites interessantes
Pessoal, abaixo postei links de blogs e sites bem interessantes sobre diversos assuntos, vale a pena dar uma olhadinha.
http://www.midiasemmascara.com.br/ - O próprio site já nos diz: ''MÍDIA SEM MÁSCARA é um website destinado a publicar as idéias e notícias que são sistematicamente escondidas, desprezadas ou distorcidas.
http://www.midiaindependente.org/ - outras visões sobre notícias
http://lagacetafea.blogspot.com/ - Um blog em que as fotos retratam a notícia, mas em que o enfoque se centra nos contextos mais chocantes entre tragédias e desastres.
http://www.escrevo.org/ - A Internet é o espaço ideal para partilharmos o nosso gosto da escrita. Este site permite a todos os escritores e poetas esquecidos, publicarem os seus textos em português numa verdadeira comunidade de partilha.
http://www.forvo.com/ - Um serviço muito interessante que se propõe a ajudar na pronunciação das palavras em várias línguas. Pena é que para português esteja ainda muito fraquinho...
http://www.portaldetonando.com.br/forumnovo/portal.php - livros para download
http://www.midiasemmascara.com.br/ - O próprio site já nos diz: ''MÍDIA SEM MÁSCARA é um website destinado a publicar as idéias e notícias que são sistematicamente escondidas, desprezadas ou distorcidas.
http://www.midiaindependente.org/ - outras visões sobre notícias
http://lagacetafea.blogspot.com/ - Um blog em que as fotos retratam a notícia, mas em que o enfoque se centra nos contextos mais chocantes entre tragédias e desastres.
http://www.escrevo.org/ - A Internet é o espaço ideal para partilharmos o nosso gosto da escrita. Este site permite a todos os escritores e poetas esquecidos, publicarem os seus textos em português numa verdadeira comunidade de partilha.
http://www.forvo.com/ - Um serviço muito interessante que se propõe a ajudar na pronunciação das palavras em várias línguas. Pena é que para português esteja ainda muito fraquinho...
http://www.portaldetonando.com.br/forumnovo/portal.php - livros para download
Sobre este blog
Este é o blog do D.A. de Letras da Universidade de Caxias do Sul, aqui você fica sabendo as novidades, informações e notícias relacionadas ao curso, e um espaço para você, aluno de Letras, publicar o seu material.
Membros do Diretório Acadêmico
Vanessa Gasparin
Priscila Vieira Nunes
Eliane Baldissera
Andresa Preuss
Luiza Pezzi
César Casarotto Filho
Jéssica Sant'Anna
Marcadores
arte
(1)
avisos
(12)
bolsas
(1)
cinema
(1)
conto
(2)
curso
(1)
Diretorio Acadêmico
(1)
eventos
(25)
festa
(4)
filme da semana
(13)
fotografia
(5)
geral
(6)
Links
(2)
literatura
(2)
Livro da Semana
(9)
pintura
(2)
poesia
(7)
semana acadêmica
(3)