27 de novembro de 2009

Glória nua, glória nua
envolta em sujeira e em lixo,
és triste e corrompida.

Até onde fostes por teu esplendor?

Foste ao mais baixo nível do ser humano
e tentou retornar,
e retornou.

Podre, corrupta e suja.

C.I.N.T.I.A

Cíntia, sinto muito pela sua vida
Sua infância acabou
E você sente dor
Sentia dor...
A maquiagem se borrou
As bonecas se perderam
E seu amor fugiu pelo rombo que há em seu coração.
Cíntia, você deveria ter respeito pelos seus sentimentos
Às vezes é bom seguir o coração
E não confiar na bondade de estranhos.
Não adianta se enganar
Todos sabem que tudo acabou
Seu brilho se apagou.
Não descasque a ferida
Você sabe que o fim está próximo
Você não merece essa vida.

O fim chegou e tudo continua igual,
Acende teu último cigarro,
Veste tua calça nova,
Cíntia,
Teu corpo jovem e cru
Estendido na rua
Cíntia, você não merecia essa vida.

23 de novembro de 2009

Deixe sua alma brilhar...

Quando a vida não mais brilhar
quando as sombras rodearem seu corpo
pare de se esquivar da dor
deixe que o peito se abra e cante
a melodia que escorre do coração
Nem sempre conseguimos cultivar o que queremos
às vezes o que sentimos não é decifrável
mas mesmo assim escolhemos sofrer
pois é esse o sentimento que nos mantém
é a dor que tolda nossos olhos
que nos permite ver a beleza
de uma alma que transborda
todo o desejo de viver

Priscila Nunes
...O som da brisa que move meus cabelos
e a chuva fresca que molha meu corpo
trazem a recordação de um dia
que ainda não existiu
O movimento das folhas caindo no chão
A magia das formas que se destacam
e a ânsia louca pela proximidade de outrora
evidências de uma chama que não se extinguiu...

Priscila Nunes

20 de novembro de 2009

Sintonia

Sintonia

Ontem, ante meus olhos
Havia um véu negro
Que escurecia tudo ao meu redor,
Abafava as melodias,
Tornava as coisas frias e secas.
Nada colorido existia
Meus dias eram nebulosos
E os sons se resumiam em ruídos de
Raios e trovoadas
Que ecoavam dentro de mim.
O doce som da tua voz
Tirou meus dias da escuridão,
Deu vazão a um mundo novo
Cheio de melodias.
Teu timbre me trouxe só prazer,
Teus olhos mostraram-me cores,
Que até então eram desconhecidas.
Trouxeram-me alegria
Ao ver na mesma sintonia
Teu olhar encontrar o meu

Hoje meu mundo é todo azul
E devo isto a você.
Ao doce som da tua voz,
Que me faz pensar somente em nós.
Aos teus olhos azuis da cor do céu,
Que tiraram da minha vida o negro véu.
Ao Ritmo da tua musica,
Que embala os meus dias
Agora só de alegrias.
E a tua existência,
Por que mesmo com a tua ausência,
Te sinto encostado a mim.

18 de novembro de 2009

ATIVIDADES DE EXTENSÃO

INGLÊS NA PRÁTICA COM ISA MARA LANDO

DATA: Terça-feira, 24/11/09, 20h

MINISTRANTE: ISA MARA LANDO – Tradutora

COORDENAÇÃO: Profa. Dra. Giselle Olivia Mantovani Dal Corno


Sarau poético e lançamento das obras “Poemas de Emily Dickinson” e “VocabuLando dicionário de usos do inglês”

DATA: Quarta-feira, 25/11/09, 19h40min

Local: Livraria Do Arco da Velha – Rua Os 18 do Forte, Centro


A poesia de Emily Dickinson: oficina

DATA: Quinta-feira, 26/11/09, 13h40min

Local: CARVI – Bloco F – Sala 205


Traduzir com adequação: o uso do dicionário

DATA: Quinta-feira, 26/11/09, 17h40min

Local: Cidade Universitária – Bloco L – sala


OBS.: Os participantes recebem atestado de 4h pelas atividades frequentadas, lembrando que a atividade da quinta-feira, embora em dois horários distintos, conta apenas como 4h.


OUTROS EVENTOS

1. Dia 18/11, quarta-feira, às 18h
Willian Shakespeare - Prof. Jayme Paviani
Local: Auditório do bloco E, sala 305

2. Dia 19/11, quinta-feira, às 20h (Promovido pelo DA de Jornalismo)
Palestra "Jornalismo é subversão" - Prof. Wladimir Ungaretti (Fabico/UFRGS)
Local: Auditório do bloco E, sala 305, da UCS

3. Dia 21/11, sábado, às 20h30
Tema: Uma filosofia do tempo: 150 de Henri Bergson
Palestrante: Prof. André Brayner de Farias
Debatedor: Mestrando Robledo dos Santos Luza
Local: Zarabatana Café (Rua Luiz Antunes, 312, junto ao Centro de Cultura Ordovás, em Caxias do Sul)

11 de novembro de 2009

Inversão de sentimentos

Ah meu amor
Ao seu lado a vida toda era primavera
O calor do sol, o cheiro doce das flores
Tornavam a vida mais bela
A suavidade do canto dos pássaros
Embalava suas palavras aos meus ouvidos
Que um dia ouviram palavras tão frias
Como uma noite de inverno
Que estava se aproximando.
O céu escureceu, o vento forte assoviava
E depois, meus dias se resumiam em noites frias e escuras
Um tímido raio de sol invadiu meu quarto
Dando início ao fim das amarguras
E cansada de lamúrias
Deixei-o permanecer.
Agora te encontro em plena escuridão
Teus olhos procuram os meus e tateiam meu corpo
Como um dia, suas mãos fizeram
Tua boca procura a minha
E encontra apenas o sabor amargo da solidão
O sol já anunciou
A primavera está voltando
As flores estão novamente brotando
E desta vez seu cheiro é ainda mais doce
O vento acaricia meus cabelos
Sob o suave calor do sol
Os pássaros cantam sua linda melodia
Que agora embala meus pensamentos
Pensamentos estes que agora são livres
Ah meu amor
Ouve com o coração
O meu recado levado pelos pássaros
Eles dizem em seu lindo canto
Que assim como provei do seu amor
Provei do seu desprezo
Agora o que mais desejo,
Depois de toda essa dor
É que a primavera sorria também para ti

Filme da Semana: OldBoy



1988. Oh Dae-su (Choi Min-sik) é um homem comum, bem casado e pai de uma garota de 3 anos, que é levado a uma delegacia por estar alcoolizado. Ao sair ele liga para casa de uma cabine telefônica e logo em seguida desaparece, dexando como pista apenas o presente de aniversário que havia comprado para a filha. Pouco depois ele percebe estar em uma estranha prisão, que na verdade é um quarto de hotel onde há apenas uma TV ligada, no qual recebe pouca comida na porta e respira um gás que o faz dormir diariamente. Através do noticiário da TV ele descobre que é o principal suspeito do assassinato brutal de sua esposa, o que faz com que tente o suicídio. Sem obter sucesso, ele passa a se adaptar à escuridão de seu quarto e a preparar seu corpo e sua mente para sobreviver à pena que está sendo obrigado a cumprir sem saber o porquê.

Quem gosta dos filmes do Tarantino (sexo, violência e vingança) vai adorar =)

Certificados da Semana Acadêmica

Pessoal, os certificados da Semana Acadêmica de Letras já estão prontos e podem ser retirados na sala 31 da galeria universitária mediante apresentação de algum documento com foto.
Não esqueçam!

Beijinhos

MOTEL

Mostra de Talentos de Estudantes de Letras: compartilhe seu prazer conosco!

A mostra de talentos de estudantes de Letras, promovida pelo DALMAQ, objetiva incentivar e valorizar a produção artística e acadêmica de estudantes e professores do curso.


O MOTEL acontecerá no dia 4 de dezembro, às 14h, no auditório do Bloco A.

As apresentações terão início às 14h, com trabalhos de cunho acadêmicos e produções teóricas, ás 16h acontece a apresentação de trabalhos literários, como leitura de contos e poesias, e às 18h apresentações de produções musicais, danças e teatros. Ao término de cada bloco haverá um intervalo de 15min. Paralelamente às apresentações, serão expostos trabalhos como poesias, contos, desenhos, fotografias e artesanatos dos estudantes e professores inscritos.

Participação

1. Poderão participar do evento, com apresentação de trabalhos, alunos e professores do curso de Letras.
2. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas até o dia 27 de novembro por email (letras.ucs@gmail.com).
3. Para que a inscrição seja efetivada, é importante que o estudante envie o nome do seu trabalho, com um pequeno resumo, a identificação de qual bloco deseja participar (produção teórica - contos e poesias - música, teatro e dança - apenas exposição) e o tempo de duração da apresentação.
4. Qualquer produção poderá ser inscrita, o tema do MOTEL é livre.
5. Ouvintes não precisam de inscrição prévia.

Premiação

O melhor trabalho de cada bloco de apresentação será premiado com livros literários, além de receber o certificado de primeiro lugar. Todos os participantes também receberão certificado de apresentação de trabalho.

9 de novembro de 2009

10 Melhores Vilões da Literatura

A única certeza é o primeiro lugar.

Lúcifer (O paraíso perdido/Fausto/ A divina comédia/Bíblia)

Quem mais você esperava?



O sistema (O processo/ Crime e castigo/ Madame Bovary/ Germinal/ A insustentáve leveza do ser/ O castelo/1984/etc.)

Ok, é clichê! Mas ele foi a causa dos tormentos das personagens Kafkianas, o motivo que barrou a felicidade de Ema Bovary,a razão que levou Raskolnikov a matar e tantas outras coisas. Sem dúvida um vilão onipresente em quase toda a literatura.


Lady Macbeth (Macbeth)

Linda!



Conde Drácula (Drácula)

Outro clichê. Mas merece estar aqui.



Madrasta da Branca de Neve (Branca de Neve)

Só uma grande vilã, com uma mente muito perversa, deixa de ser uma gostosa para virar uma velha horrenda que sai distribuindo maçãs dentro da floresta.





Iago (Otello)

Shakespeare, né?



Cathy Ames (A leste do Éden)

Perversa. Insana. Sexy. Queimou os próprios pais quando ainda era adolescente.


Medeia (Medeia)


Que mãe mata os próprios filhos para se vingar da traição do marido?



Lobo Mau (Chapeuzinho Vermelho/ Os três porquinhos)

Não necessita apresentações.



Marquesa de Merteuil (As relações perigosas)

Só ela é capaz de arruinar vidas através de cartas.





Hermógenes (Grande Sertão: Veredas)

Precisava de um brasileiro.


10º Edmund (Rei Lear)

Na verdade, qualquer vilão de Shakespeare pode estar nesta lista.



8 de novembro de 2009

Livro da Semana: Viagem ao Fim da Noite


Obra-prima de Louis-Ferdinand Céline, Viagem ao Fim da Noite denuncia com rara virulência o sofrimento de viver e a fragilidade da condição humana. Neste relato semiautobiográfico, Céline narra a vida do anti-herói Ferdinand Bardamu, cuja trajetória começa na Primeira Guerra, passa pela África colonial, por uma América do Norte em franca industrialização e desemboca de volta na França, onde o protagonista se estabelece como médico num subúrbio de Paris. Ao longo do percurso, vai se revelando a visão de mundo soturna e pessimista de Céline, sempre pontuada por um humor cínico e um desencanto quase patológico pela humanidade. Não à toa, Liev Trotski chamou este romance de "panorama do absurdo da vida".

Os 10 melhores vilões do cinema

Não necessariamente nessa ordem, mas vamos lá:

1. Mr Blonde (Cães de Aluguel)



2. Hannibal Lecter

3. Alex DeLarge (Laranja Mecânica)


4. Frank (Era uma vez no Oeste)


5. Freddy Krueger (A hora do pesadelo) - não me xinguem, eu virei fã do Freddy desde os meus 7 anos, quando meus pais compraram um vídeo cassete (foi o primeiro filme que eu peguei na locadora!)


6. Mr. Norman Bates (Psicose)


7. Jack Torrance (O Iluminado)


8. Henry (Eraserhead)


9. Coringa


10. Don Vito Corleone (O poderoso chefão)


Ok, nem todos são vilões, mas são os meus não-heróis preferidos... Talvez se eu pensar melhor eu até prefira outros, mas esses foram os primeiros que eu me lembrei!

Festa de Halloween

Quem não pode ir (assim comme moi!) não sabe o que perdeu...





E ai de quem ousar vir aqui tentar excluir as fotos que eu postei :x

7 de novembro de 2009

Conto: Andávamos Tristes.

Escrito por nossa querida e amada colega Natália Borges Polesso - hoje mestranda em Letras, Cultura e Regionalidade -, Andávamos Tristes é um belíssimo conto que ganhou o Concurso Literário de Caxias do Sul de 2009. Apreciem!


Andávamos tristes.

Escrito A Lápis

Andávamos tristes. Era um verão estranho, calor de secar coisas. Perguntei a ela se queria um balão. Ela me olhou duvidosa da pergunta. Para que um balão? O vendedor derretia embaixo de uma árvore. Os balões murchando. Faziam um ramalhete colorido de dores. Achei que um balão pudesse alegrá-la. Ela concordou com a cabeça e fomos até a sombra da árvore. O vendedor nos olhou sem esperança e continuou fumando seu cigarro. Olhei para ela. Tinha os olhos cansados e sonolentos. Perguntei se queria o amarelo ou o azul. Ela olhou todos os balões e me perguntou por que eu havia oferecido somente aqueles. O amarelo me alegrava mais. O azul, confesso, estava meio murcho e, nenhuma das outras cores me faria gastar qualquer moeda que fosse. É para te animar, falei meio descrente. Amarelo é uma cor boa. Ela ficou um tempo olhando ao longe. Olhando algo que eu não via, que eu sequer sabia existir. E então num gesto meio aborrecido com a cabeça ela apontou o amarelo. Eu fui até perto do vendedor olhei os balões todos coloridos e pedi um amarelo. Ele puxou a corda e me entregou o balão. Estendi a mão com duas moedas, mas ele me fez sinal negativo com a cabeça. Entregou o balão e virou às costas. Ele ainda olhou para trás, olhou para ela e baixou novamente os olhos, a cara sardenta se contraiu. Entreguei o balão a ela. Ela olhou o balão como quem aceita uma fatalidade, estendeu a mão e enrolou o barbante num dedo. Olhei ao redor, algumas pessoas aglomeravam-se ao longe. Seguimos assim para o funeral. Ela segurando o balão amarelo com a mesma cara triste que tinha antes, talvez mais triste. Uma lágrima presa no olho esquerdo. Eu, sem saber sua cor preferida. Acho que aquele verão havia secado algo entre a gente e secaria ainda mais. O balão amarelo voava tonto e pálido. A corda amarrando suas disposições, o balão como se fosse uma bola de ferro. O que nos unia era a minha simpatia pela cor e, um dedo pendendo ao lado do corpo encurvado dela. Voltamos para o apartamento. Aquilo estava de doer. Metade das coisas encaixotadas, outra metade ainda por fazer. As roupas dela em cima da cama. Ela não havia dito nenhuma palavra desde o funeral. Foi até a janela e novamente olhou distante. Tu estás feliz, me perguntou. Eu respondi que não sabia. Ela disse que esperava que alguém estivesse feliz por ali. Eu encolhi os braços e afundei a cabeça no meu próprio peito. Ela no quarto olhava o balão tão amarelo, amarelo demais. Pendurou-o na cabeceira da cama, como se para lembrar de algo. Lembrar talvez das tentativas, das escolhas, dos erros, dos arrependimentos, das palavras e dos olhares perdidos. Ainda talvez dos sonhos. Deitou-se olhando para o teto. E chorou duas cascatas de coisas as quais não me caberia perguntar nada sobre. Chorou imóvel, sem soluços ou suspiros. Aqueles choros que saem resignados, choro de coisas perdidas. Choro de impossibilidades. Levantou-se e foi até a janela, onde eu observava o dia inerte. Me dá outro balão, ela pediu. E para que outro balão, eu retruquei. Para pendurar do teu lado da cama e te alegrar também. Mas eu não quero um balão. Então, ela me olhou ressentida e perguntou o que eu teria pensado para crer que um balão a alegraria tanto. Eu disse a ela que como tivesse aceitado o balão, pensei estar certo. Ela apoiou os dois cotovelos na janela e desta vez olhou tão longe e certo, que eu acreditei ter visto algo também. Voava entre os prédios, longe, um balão vermelho.