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18 de junho de 2010

Bloomsday

Desde 1954, no dia 6 de junho, a Irlanda pára com o Bloomsday, feriado em homenagem ao livro Ulisses, de James Joyce. Embora por aqui não seja feriado, inúmeros amantes da literatura optam por comemorar essa data, e grande parte das livrarias organizam eventos relacionados com a obra.

Ulisses



Sinopse: Livremente inspirado na Odisséia, do grego Homero, Ulisses foi escrito pelo irlandês James Joyce quando vivia modestamente em Paris. Joyce passou alguns anos escrevendo sua obra-prima, hoje considerada um divisor de águas da literatura mundial. Existe um antes e um depois de Ulisses ? o livro que criou formas inusitadas de expressão, que inaugurou uma nova linguagem, que inventou voz e estilo, e que por muito tempo, também por suas transgressões literárias, permaneceu censurado.


Beijo, Van.

Livro da Semana: Ensaio Sobre A Cegueira


Um motorista parado no sinal se descobre subitamente cego. É o primeiro caso de uma "treva branca" que logo se espalha incontrolavelmente. Resguardados em quarentena, os cegos se perceberão reduzidos à essência humana, numa verdadeira viagem às trevas. O Ensaio sobre a cegueira é a fantasia de um autor que nos faz lembrar "a responsabilidade de ter olhos quando os outros os perderam". José Saramago nos dá, aqui, uma imagem aterradora e comovente de tempos sombrios, à beira de um novo milênio, impondo-se à companhia dos maiores visionários modernos, como Franz Kafka e Elias Canetti.Cada leitor viverá uma experiência imaginativa única. Num ponto onde se cruzam literatura e sabedoria, José Saramago nos obriga a parar, fechar os olhos e ver. Recuperar a lucidez, resgatar o afeto: essas são as tarefas do escritor e de cada leitor, diante da pressão dos tempos e do que se perdeu: "uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos".

16 de dezembro de 2009

Livro da Semana: Uma Estação No Inferno



Embora tenha parado de escrever aos 21 anos, Arthur Rimbaud (1854-1891) foi uma das vozes poéticas mais talentosas já vistas, e sua pequena obra influenciou os maiores escritores dos séculos XIX e XX. Uma temporada no inferno, de 1873 - aqui em edição bilíngüe -, é o visceral relato em prosa poética do homem perscrutando as suas profundezas e origens. De uma riqueza imagética sem precedentes na literatura, os textos deste livro visitam sonhos e terras distantes, desejo de solidão e sede de conhecimento, o passado ancestral e a busca pelo desconhecido. Deles emerge o homem rebelde e aventureiro, vivendo - como dizia Verlaine a respeito de Rimbaud - a própria 'vida inimitável'.

8 de novembro de 2009

Livro da Semana: Viagem ao Fim da Noite


Obra-prima de Louis-Ferdinand Céline, Viagem ao Fim da Noite denuncia com rara virulência o sofrimento de viver e a fragilidade da condição humana. Neste relato semiautobiográfico, Céline narra a vida do anti-herói Ferdinand Bardamu, cuja trajetória começa na Primeira Guerra, passa pela África colonial, por uma América do Norte em franca industrialização e desemboca de volta na França, onde o protagonista se estabelece como médico num subúrbio de Paris. Ao longo do percurso, vai se revelando a visão de mundo soturna e pessimista de Céline, sempre pontuada por um humor cínico e um desencanto quase patológico pela humanidade. Não à toa, Liev Trotski chamou este romance de "panorama do absurdo da vida".

17 de outubro de 2009

Livro da Semana – A morte de Ivan Ilitch


O romance conta a história da vida e da morte, de um juiz da corte elevada, de 45 anos, na Rússia do século 19 - um marido infeliz, pai orgulhoso, e ascendente-membro da classe profissional da Rússia. Classe da qual Tolstoi satirizava na maioria de suas obras. A protagonista da obra vive, o que parece ser, uma boa vida, apesar de manter um relacionamento infeliz com sua terrível mulher.

Ao mudar-se para um novo apartamento, Ivan Ilitch Golovin bate a parte inferior das costas enquanto colocava cortinas no novo imóvel, na intenção de aparentar status superior de sua família na sociedade. Semanas após o incidente, ele desenvolve um gosto estranho na boca e uma dor que não desaparece. Numerosos médicos (caros) visitam-no e fazem cirurgias em Ivan, mas nenhum consegue curar sua enfermidade.
A segunda metade da novela registra o terror e a batalha contra a idéia da própria morte. Ivan, após três semanas de agonia, morre.
Muitas pessoas têm diferentes interpretações para o final da novela. Uma interpretação é a morte como libertação de toda a agonia, sofrimento e mentiras que cercam a vida. Outra, é que essa descoberta – morrer -, para Ivan Ilitch, é a liberdade que vem com a verdade - no seu caso, veja a falsidade de sua vida, os valores mesquinhos que ele mantinha. Essa concepção da realidade e proximidade do fim lhe permitiu ter um breve momento de amor altruísta, ou pelo menos, compaixão por sua esposa e filho, descobrindo dessa forma o que significa ser verdadeiramente humano.

20 de agosto de 2009

Livro da Semana: A Leste do Éden – John Steinbeck



Uma das mais belas e importantes obras da literatura estadunidense do século XX, o livro aborda temas como a depravação, o amor, a luta pela aceitação, a grandeza, a capacidade de autodestruição e, especialmente, a relação do ser humano com a culpa e a liberdade. Foi escrita pelo vencedor do prêmio Nobel, em 1962, John Steinbeck.
A inspiração do autor para o romance vem do livro de Gênesis, que narra à história de Caim e Abel. O título, A leste do Éden (East of Éden), foi retirado do capítulo 4, versículo 16: "E saiu Caim da presença do Senhor, e habitou na terra de Nod, a leste do Éden".
A alusão à história de Caim e Abel é favorecida pela nomeação da família protagonista do romance (família Trask). As primeiras letras dos nomes dos irmãos estão em constante jogo ao longo das gerações (Charles e Adam, Caleb e Aaron).
O romance não foi bem aceito pelos críticos na época, que o acharam exagerado e pouco convincente, especialmente em seu uso da alusão bíblica. No entanto, a obra tornou-se um best-seller instantâneo, em novembro de 1952, apenas um mês após ter sido publicado. Hoje em dia é considerada uma das melhores realizações de Steinbeck, e um dos livros mais importantes da literatura norte-americana.

18 de julho de 2009

Livro das Férias: Bom dia, Angústia - André Comte-Sponville




Este livro é um texto filosófico curto sobre felicidade. Mas que a palavra filosofia aqui não desencoraje ninguém! O objetivo é evidente, direto, perto dos nossos pensamentos e preocupações diárias. É escrito de forma simples e clara, sem rodeios. Ele lida com o que é sem dúvida, um dos mais profundos anseios dos homens: ser feliz, aqui e agora, em uma vida onde a dor está sempre atrás da porta. Epicuro disse, "Filosofia é uma atividade que, através da fala e raciocínio, nos dá a vida feliz". Parece-me que este livro é um dos melhores a comprovar esta ideia.
André Comte-Sponville quer reviver o antigo ideal de sabedoria, assumindo os desafios da modernidade (como vimos ocorrer em Nietzsche, Marx e Freud): este é o principal objetivo de sua filosofia. Nem otimismo, nem pessimismo, para ele as coisas devem ser vistas como são, ao invés de criarmos ilusões sobre elas. Fiel à tradição materialista, expõe e critica as quimeras e expectativas do homem contemporâneo que, segundo ele, distanciam a sabedoria de nós, "o máximo de felicidade, no máximo da lucidez" assim define como sabedoria o pensador francês. Sponville afirma que conhecimento e ação juntos devem guiar-nos ao caminho que os antigos gregos chamavam ataraxia. O filósofo, diz Sponville, “deve pensar sua vida e viver seu pensamento.”

4 de junho de 2009

Livro da Semana


Germinal - Émile Zola


Obra-prima do escritor francês pai do Naturalismo, Germinal é um dos textos mais politizados e impactantes da história da literatura.

Ambientando-se no final do século XIX, o autor retrata as condições de vida dos trabalhadores das minas de carvão francesas. Em meio à influência de ideias socialistas e darwinistas, a estrutura narrativa constrói-se ao redor da vida sofrida e difícil dessa classe trabalhadora que toma consciência de si, e resolve lutar por condições melhores de vida.

O tema principal é a greve que ocorre contra a exploração burguesa sofrida pelos trabalhadores. A luta entre dominados e dominadores é ambientada nos espaços mais sórdidos, sujos e miseráveis, descrevendo de modo cruel a realidade de um grupo que sofre a tirania daqueles que mantém o acumulo de riquezas conquistada através da exploração humana.

Em Germinal não há belezas nem poesia. Tudo é angustiante e claustrofóbico. A fome, o frio, a miséria, tornam-se personagens tão importantes quanto os protagonistas da obra. Assim como um tratado científico, o livro tenta retratar a realidade de modo verossímil e sem sentimentalismos.

Para construir seu romance o autor, Émile Zola, viveu durante meses com os mineiros, bebendo, alimentando-se, trabalhando e comportando-se como eles.

Apesar de ter mais de cem anos de publicação, Germinal resiste ao tempo e aos Best Sellers contemporâneos - na maioria fantasiosos e patéticos - que enchem as livrarias. Tratando de um tema atual e que ainda hoje existe dentro da estrutura social moderna, é um texto atemporal e universal, como toda grande obra de arte.

20 de maio de 2009

Livro da Semana




A Insustentável Leveza do Ser - Milan Kundera

Obra-prima do escritor tcheco mais conhecido no mundo das Letras, A insustentável leveza do ser foi um sucesso de crítica quando publicado em 1984.
Iniciando com a famosa - e complexa - teoria do Eterno Retorno, criada pelo filósofo alemão Friedrich Nietzsche, Kundera estrutura uma trama interessantíssima e arrebatadora, ao mesmo tempo que consegue criar personagens apaixonantes .
A dualidade, princípio tão estudado pelo francês René Descartes é o tema principal: o Peso e a Leveza, a Alma e o Corpo, com qual deles ficar? Qual deles pode trazer a felicidade? Fazendo tais reflexões, o autor estende comentários sobre a existência, o amor e a política, ao mesmo tempo que analisa suas personagens como criaturas independentes e reais.
Numa era onde tudo parece sem sentido, esse livro nos traz a famosa questão sobre o sentido da vida, das relações humana e da morte. Uma das mais belas obras da literatura contemporânea, "A Insustentável leveza do ser" é imperdível e mais do que recomendado.